quarta-feira, 25 de maio de 2011

Yemanjá

Eu não sei se disse aqui no blog. Mas sou filha de Yemanjá. E dúvido um filho de Yemanjá não se sentir tão amado. São tantos filhos...Mas como sempre dizem: Coração de mãe sempre cabe mais um. E com nossa mãe Yemanjá não é diferente. Mas deixa eu contar prá vocês uma historinha...

Quando vim morar em São Paulo, a minha mãe tinha contato muito próximo com uma senhora. O nome dela D. Edite. Inclusive o mesmo nome da minha mãe de sangue (falecida). E na sala dessa senhora tinha uma mesinha com uma imagem de Yemanjá de tamanho grande, um pouco acima da média. E gente quando eu chegava na casa dessa senhora, eu ficava extasiada de ver aquela imagem. Eu sempre gostava de ficar olhando...Linda, linda linda! E um tempo depois, uma das filhas dessa senhora, indicou a minha mãe para ir a um centro, justamente pra resolver alguns probleminhas meus e do meu irmão. Basicamente abertura de caminhos. E o orixá que digamos, comandava os trabalhos era Janaína. E bem depois quando comecei a frequentar o centro que falei aqui antes. O primeiro dia foi gira e festa de Yemanjá. Coincidências? Acho que não.

E na casa da minha amiga tem um quadro de uma sereia que sou apaixonada por ele. Acho que é estrela do mar. Eis o quadro:
Essa noite tive uma espécie de sonho, que uma Yemanjá velha me dizia, o que eu queria que ela levasse para o mar. Eu de fato pude ouvir a voz...Ela estava vestida de branco...Eu disse a ela o que queria...E a voz foi embora. Voltou pro mar. 



Eis algumas qualidades: 


Yemanjá Asagba ou Sobá: Ligada a Airá, lufã e Orunmilá, fia algodão, usa corrente de prata no tornozelo, carrega abebé e sua energia é a espuma branca do mar, veste branco com prata.


Yemanjá Akurá: Vive nas espumas do mar, aparece vestida com lodo do mar e coberta de algas marinhas. Muito rica e pouco vaidosa. Adora carneiro, ligada a Nanã, veste branco aperolado
Yemanjá Ataramogba: Vive na espuma da ressaca da maré, guerreira e ligada a Xangô, veste branco e nuances de cores claras.
Yemanjá Iyaoyó ou Awoyò : É uma das mais velha, possui ligação com Oxalá, Oxumarê e Xangô,  Veste branco e cristal, responsavel pelas marés.
Yemanjá Maleleo ou Maylewo: Esta Yemanjá vive nos grandes lagos, tímida, não se pode tocar no rosto do Iyawò, veste verde claro.
Yemanjá Iyágunté: Mãe do rio ógun, esta Yemanjá guerreira usa espada e tem ligação com Ogun e Oxaguian, carrega abebé, veste azul claro.
Yemanjá Sessu,  Iyasessu:  Voluntariosa e respeitável, ligada a Babá  Olokun,  vive nas águas agitadas da costa e come inhame, suas contas são verdes translúcido, veste verde e branco.
Teremos ainda outras Yemanjás com nomes, títulos e cultos extintos:
Yemanjá Olossá ou Oloxá: Ligada a com Oxum e Nanã. Veste verde-clara e suas contas são branco cristal. É a Yemanjá mais velha da terra de Egbado, não há iniciados no Brasil.
Yemanjá Iya Massê: que é a mãe de xangô




Agora pesquisando, sei que a Yemanjá do meu sonho é a 
Yemanjá Iyaoyó ou Awoyò. A quem estiver lendo esse texto pode parecer algo incomum ou então desnecessário. Mas o fato é que a cada dia me sinto mais cuidada e amada pelos meus orixás. E embora tendo comportamento de São Tomé às vezes, e sabendo que tenho muito o que aprender. Sou infinitamente grata a eles por tudo que chega até mim. E agradeço ao meu pai Oxalá todas as noites por ter eles ao meu lado, me cuidando e me protegendo. 







Odoiá minha mãe!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Preto velho

A figura dos pretos velhos representam um místico. Eles nos ensinam o dom da humildade, da simplicidade e da paciência. A serenidade que precisamos ter para continuarmos a trilhar o caminho da evolução espiritual.

Os Pretos Velhos são os espíritos dos nossos irmãos africanos trazidos ao Brasil na época da colonização, período em que a raça negra foi escravizada pelo colonizador português em nosso país (de 1530 a 1888).

Os negros foram ainda escravizados por outras nações em outras partes do mundo, como exemplo os Espanhóis que também os escravizaram na colonização da América Central e os Ingleses que os escravizaram na época da colonização da América do Norte.

Com nossos irmãos africanos aprendemos lições (muito difíceis de praticar) de perdão sem limites e amor ao próximo, de forma, que nenhuma outra entidade com a qual tivemos contato conseguiu transmitir. Na Umbanda, apresentam-se como espíritos muito simples e extremamente bondosos, são sempre muito pacientes em tudo o que fazem e ensinam. Normalmente desencarnaram em idades avançadas, por esse motivo apresentam-se nos templos, arqueando o corpo do médium, transmitindo a impressão de alguém com muita idade. No desenvolvimento de seus trabalhos que são sempre muito sérios, ouvem mazelas e sofrimentos de toda espécie, transformando o desenvolvimento de seus trabalhos em verdadeiras sessões de psicanálise, ocasião em que sempre trazem o conforto e a paz de espírito a todos que os procuram. Trabalham sentados em banquinhos ou em pé, usam cachimbos, charutos ou cigarros de palha em suas defumações.

Quando encarnados nas senzalas eram praticantes e grandes conhecedores dos processos da milenar e poderosíssima magia africana, inclusive a negativa. Hoje utilizam esses conhecimentos para desmanchar feitiços e macumbas tenebrosas. No período colonial a raça negra habitava praticamente todo continente africano e também a ilha de Madagascar. Povoavam a África desde o extremo sul do continente até o sul do deserto do Saara no norte da África. Eram compostos de dois grandes grupos conhecidos como Sudaneses e Bantos. Os Sudaneses habitavam a região norte e central da África e os Bantos a região sul e a ilha de Madagascar. Entre eles haviam também outros grupos menores como os Nagôs ou Iorubás que habitavam a atual Nigéria, os Jejês que eram procedentes do Daomé, os Malês foram trazidos do norte da África e eram adeptos da religião muçulmana. Sabiam ler e escrever e eram normalmente superiores nesse sentido ao colonizador português. Minas era o nome dado a outros grupos menores conhecidos como Fanti e Ashanti. Os Bantos foram trazidos em grande parte do Congo, de Angola e de Moçambique. Chegaram ao Brasil acorrentados em navios conhecidos como negreiros ou tumbeiros. A falta de higiene, os maus tratos e as doenças faziam com que muitos morressem durante a viagem, daí o nome tumbeiro também ser usado para navio negreiro. Quando chegavam ao Brasil eram vendidos como animais em leilões públicos e em seguida espalhados pelo Brasil. Aqueles que os compravam, procuravam fazê-lo em lotes de diferentes nacionalidades, costumes e idiomas, com o objetivo de dificultar a confraternização e as fugas. Espalhados pelo Brasil, fundaram em conjunto ou não com os nossos índios, vários cultos, dando origem ao Candomblé na Bahia, ao Catimbó no nordeste, O Xangô em Pernambuco e o Batuque no Rio Grande do Sul e outros cultos menores e muito raros como o Omolocô e o Tambor de Minas.

Na Umbanda, essas nações formaram a conhecida linha dos Pretos Velhos, formada por espíritos desencarnados na época da escravidão. Seus trabalhos sempre muito simples atingem psicologicamente os adeptos da religião, ocasião em que seus consulentes descarregam mágoas, aborrecimentos, dores, neuroses, conflitos, etc.

São grandes conselheiros, são espíritos missionários, depuraram-se no cativeiro, presos aos grilhões e sob a tortura e o peso da chibata. Perdoaram aqueles que os escravizaram, resgataram suas dívidas kármicas e hoje nos ensinam a ter fé em Deus, praticar os ensinamentos do Evangelho de Jesus e a ter confiança no futuro. Nem todos os negros escravos são hoje Pretos Velhos, aqueles que se apresentam nos terreiros de Umbanda nessa condição, são somente aqueles que conseguiram perdoar a dor da chibata, as humilhações morais e todas as demais dores e afrontas impostas e praticadas pelo branco colonizador.

Na Quimbanda, a grande maioria dos exus foram escravos, a diferença entre alguns serem exus e outros Pretos Velhos está em apenas um fato: o perdão sem limites. Essa é a diferença: os Pretos Velhos perdoaram as ofensas e as humilhações, os exus não. Aprender com os Pretos Velhos é sempre saudável espiritual e materialmente. Aprenda com eles, seja sábio como eles, procure perdoar sempre a todos como eles o fizeram. Ao menos perdoe as pequenas faltas. No desenvolvimento de nossos trabalhos, eles nos ajudam infinitamente. Nos ajudam no desenvolvimento da mediunidade, nas curas através das ervas das quais são grandes conhecedores, combatem qualquer demanda, fazem desobsessões, aplicam passes espirituais e combatem qualquer forma de maldade.

Trabalham praticamente na vibração de todas as linhas da Umbanda, mais especialmente na linha de Oxalá. Ferrenhos defensores do Evangelho de Jesus e de sua doutrina, são eles os incansáveis trabalhadores da Umbanda. Além da própria linha Africana a qual pertencem, trabalham ainda na vibração de Xangô (falange dos pretos) e muito na vibração do Orixá Omulú.

São Benedito (o Santo católico negro) é conhecido (e já o constatamos) entre muitas nações de Pretos Velhos, como o rei dos Pretos Velhos, tendo por esse santo católico grande devoção.

Na cor de suas "guias" 1 podemos conhecer a sua origem, sua linha de trabalho, sua evolução, seus conhecimentos, a área em que são mais fortes, etc.

Exemplo:
Aqueles que usam guias nas cores preta e branca indicam que possuem grandes conhecimentos da magia negativa, trabalham normalmente na vibração de Omulú, o Senhor dos cemitérios, e usam seus conhecimentos no combate direto à linha das almas da Quimbanda, anulando ou minorando os efeitos dos trabalhos praticados por essa falange do mal. Infiltram-se nos trabalhos de Quimbanda, anulam feitiços e tudo o mais que por lá é praticado.

Aqueles que usam pedras ou sementes de cor marrom indicam que pertencem à falange dos pretos da linha de Xangô. São dedicados ao cumprimento da justiça e no combate direto às injustiças praticadas contra seguidores ou praticantes do culto umbandista.

Os que usam guias brancas ou mescladas com a semente conhecida como lágrima de Nossa Senhora, indicam que possuem elevado grau de espiritualidade e são grandes conselheiros e curadores.

Os que usam pedras vermelhas, lágrimas de Nossa Senhora e coquinhos em suas guias, trabalham diretamente na vibração de Ogum e são conhecidos como Preto Velho da Bahia (são muito raros).

Os Pretos Velhos são espíritos de elevada condição espiritual. Não devemos julgá-los fracos pelo modo em que se apresentam, isso porque um Preto Velho, andando devagarzinho, mostrando-se um velho fraco, amarra qualquer exú, desmancha qualquer feitiço e quebra qualquer demanda.

Confie neles e colha os resultados.

Salve meu vô Joaquim!


Fonte: Núcleo Umbandista São Sebastião

domingo, 8 de maio de 2011

O rosário

Ao falar de rosário. Provavelmente nos vem em mente Maria, a mãe de Jesus. Pois em suas aparições terrenas ela solicitou aos fiéis que rezassem o rosário sem cessar. Mas você sabia que esse instrumento de oração não é usado somente na religião católica? Vamos saber um pouco mais...

O rosário Árabe:

Conhecido no Oriente como Masbaha, é chamado também de terço árabe e terço islâmico, é usado 
para meditação, orações e pedidos de auxílio. Criado há milênios por mestres orientais, é um acumulador e t
ransmissor de energias positivas, além de eliminador de tensão nervosa.
O Masbaha é o rosário árabe composto de 33 ou 99 contas, subdivididas em grupos de 11 e acrescidas de mais uma, 
chamada de conta mestre. O número das contas está relacionado aos 99 nomes de Deus conhecidos, 
mais um que não se pronuncia. O Masbaha, por sua função de proteção, também pode ser usado em ambientes ou automóveis.


O rosário Indiano:

Japamala é o rosário do hinduísmo e simboliza a disciplina da repetição. 
Japa quer dizer murmurar é o som de um pronunciamento a repetição e mala, cordão. 
O Japamala é formado de 108 contas e uma conta extra, chamada meru, que representa o eixo do mundo, ou o próprio mestre.O Japamala auxilia na concentração e na contagem da repetição até alcançar o número ideal cabalístico (108) que é outro poder realizador. Além disso, quanto mais ele é usado para recitar mantras, mais ele se impregna dessas energias e se torna um objeto sagrado protegendo aquele que o usa, pois o seu campo energético influi e altera positivamente o campo magnético do ser ou local onde estiver. O Japamala pode ajudá-lo a tirar a tensão, a ansiedade, o medo e levará você a atingir níveis mais altos de consciência e realização espiritual.

O rosário católico:

Há basicamente duas maneiras de se rezar o rosário. A completa, e um terço dele. 
rosário completo é composto de 15 mistérios; Os gozosos, dolorosos e gloriosos. Que relatam a vida de Jesus em terra. 
Gozosos:  Relato da concepção de Maria (2ª  e Sábado)
Dolorosos: Relato da flagelação e crucificação (6ª e 3ª)
Gloriosos: Relato da ressurreição. (Domingo e 4ª)
As contas pequenas representam as Ave-Marias e Santa Marias. E as maiores, os padre nossos. A cruz, o credo. E o intervalo entre as contas maiores e menores. São o glória. Onde se professa os mistérios rezados. Já o intervalo entre a cruz e a primeira conta maior, se professa o oferecimento do terço, ou rosário.

O terço. É composto somente de uma parte desses 15 mistérios. E é rezado de acordo com o dia da semana. Por exemplo: No domingo, você pode rezar o terço e professar os mistérios gloriosos.
  • O terço é composto de 50 Ave-marias
  • O rosário é composto de 150 Ave-marias 

    O rosário budista - Odyuzu
O Odyuzu é um instrumento religioso que representa determinação!"
Na antiguidade, quando alguns seguidores abandonavam a prática, rompiam as contas simbolizando a desistência da prática. Porém, quando isso acontece, interpretamos que a determinação, na verdade nunca existiu, pois a determinação de um budista é considerada algo que deve durar para sempre, tal como exprime a simbologia do Odyuzu. 
Existem formas de se confeccionar Oodyuzu, além de diferentes formatos e tamanhos.



Alguns têm o formato da circunferência do crânio humano, outros tem borlas (Fussa) longas, outros curtas. 
Alguns tem poucas contas, outros mais. 
Existem Odyuzu (terço budista) de 14, 21, 27, 42, 54, 108 e até 1080 contas e o que apresentamos a você é um de 14 contas, mais o seu sustentáculo com o nó do cordão elástico (o que o faz ser utilizado como pulseira - Juzu - por alguns devido às suas pequenas dimensões de circunferência - aproximados 8,5 cm de diâmetro). 
Além do nome Odyuzu o terço budista é chamado de nendyu ou zuzu.


Em sânscrito "Odyuzu" é chamado de lapa-mala (usamos aqui no Brasil a expressão Japamala).

Lapa, significa recitar, e mala, impurezas. Ou seja, recitar o mantra para que as impurezas, imperfeições sejam extirpadas. 
Tradicionalmente um Odyuzu deve possuir 108 contas (que representam as 108 paixões ou imperfeições mundanas), mais quatro (de tamanho ou cor diferenciada) que representam os Quatro Bodhisattvas Primordiais (Jyougyou, Muhengyou, Dyougyou, Anryuugyou) somando um total de 112 contas em sua enfiada principal. 
nosso terço budista (Odyuzu) é confeccionado em madeira bem dura, contendo em suas 14 contas, as figuras, alternadas, de buda e ideogramas, em relevo, para facilitar sua meditação.


Independente do material de sua confecção e contas o importante é buscar essa transformação usando o Odyuzu em nossas orações, e nos esforçarmos na prática diária da oração do Namumyouhourenguekyou, porque, diminuindo as nossas paixões mundanas, diminuirão também todos os nossos sofrimentos. 
Para sua utilização, o mantra mais usado é o OM (AUM), a divindade suprema, em vibrações profundas que harmonizam a mente e os ambientes. 
Mantra OM NAMAH SHIVAYA = em sânscrito, eu honro meu divino interior. Traz profunda paz espiritual e relaxantes efeitos curativos. 

Mantra OM MANI PADME HUM

Om = purifica o corpo

Ma = purifica a palavra

Ni = purifica a mente

pad = purifica as emoções

Me = purifica as condições latentes

HUM = purifica o véu que encobre o conhecimento.

Se você adotou a filosofia budista, está é sua hora de adquirir seu terço budista!

Luz na vida, e paz na alma!